sábado, 3 de abril de 2010

Bloco 02. Apto. 302.

Não preguei o olho essa noite.
enquanto esperava os lobos surgirem dos morros uivantes
chorava

Enquanto em outros quartos dormiam o alívio, a confusão e a auto-estima
eu lia livros de auto-ajuda na sala do palco da agência fértil em idéias do meu amigo

Para as paredes olhava em buca de um conselho do além,
será que as entidades já não estão cansadas?

Eu, desesperada, aguardo o berro forte do meu cansaço, que eufórico virá me tirar
da qualidade de escora das meias-paredes da faculdade de filosofia
e me colocar em cima do leão que sempre cavalguei

Quando amanhaceceu, como uma pétala que cai do caule, me deitei no ninhoque os amantes
calorosos me prepararam

Acordei achando as coisas iguais: determinada, determinação frustada
após muito derramar lágrimas, cigarros, café e um papo com Álvaro de Campos
recomponho-me e vejo que o impulo vital apaga as lágrimas pouco a pouco...
Preciso refletir mais sobre isso.

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