quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Devaneio em Preto e Branco- Coqueijo Costa.

Poesia tirada das entrelinhas do trabalho num setor burocrático do estado baiano.
Coqueijo Costa, jurista e "poeta".
Ainda bem!

"...quisera uma fé assim, mas não num momento assim.
Preferiria o mistério da aurora, a banhar-me de poesia e de côr do que está além das coisas incriadas.
Quisera ouvir uma mensagem numa língua que não entendesse, mas que fôsse terna e doce, formada só de palavras qeu sempre achei lindas: andorinha, avenca, paloma, hirondelle (minha andorinha francsa) e de um bando alado de proparoxítonas: Bárbara, Pâmela, pássaro.
Loucuras assim, num verão pleno de inverno, espiando a vida escorrendo ao contrário, além da janela, e de dentro de mim a noite pedindo mais luz..."

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Graveola e o Lixo Polifônico.

Umas das melhores bandas que ouvi esse ano.
Deixo aqui uma letra liiinda, uma poesia maravilhosa e uma melodia que vale a pena ouvir...

Dois lados da canação

quando eu ouço as canções que eu fiz pra você
o tempo vem dizer
o que o tempo deve ser
o espaço em que agora o meu passo chegar
vai dizer:
- amanhã já é outro lugar
eu juro que é melhor enfim
eu juro vai ser melhor assim
eu já não ligo mais para você
hoje não canto
não falo, não saio, não durmo bem
os tênues fios que me ligam a você estão hoje em prantos
e no entanto arriscamos tanto nos envolver
desligo você
nus, deslizamos
pra que te esquecer
se o amor é tanto?
existo em você
por louco engano

http://graveola.com.br/site/

terça-feira, 14 de setembro de 2010

As coisas só são previsíveis quando já aconteceram.

"O que será isso que está acontecendo?
  Borboleta que entra um turbilhão de vento logo ao sair do casulo.
  O que será isso?
  Metáforas clichês, só ela sabe de si, só ela sabe do que acontece.
  Só ela, só ela.
  Poesias e caminhos refaço em desconstrução meu caminho
  Recuperando o meu elo com pulsação da humanidade".

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Hoje o céu está tão lindo- depois de tudo.

E pouco a pouco a poesia entra pelas mesmas portas de onde saiu
Abre novas entradas
Eu calada do meu canto reflito sozinha sobre a janela, a casa ao lado, o jardim q aindaaaaaa não plantei
Um sentimento de amor entra no peito
Vontade de viver, de sentir o sol bater quente na face
Vontade de agradecer pelo hoje que é completo
É exatamente tudo que um dia quis escrever no livro da memória
É me lambuzar na arte, na beleza, na realidade, na verdade, no braço de oxalá, no verde, no vermelho, no roxo


É luz, empolgação


É amar a música, é achar sensacional viver

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Com cara de lágrimas-temporalidade passada.

Eu agora com cara de lágrimas,
sentada na cadeira quebrada na sala
Degusto o que restou do néctar doce,
utensílo do amor usado nos meus lençóis por amantes alheios


Com dor penso na vida desses amantes,
com pesar penso no meu quarto-sala,
tão habitado por indecisões e desamor
com cadeados quebrados, paredes repletas de sorrisos e uma artéria inflamada no centro
Provo do néctar doce que degustaram os amantes nos meus lençóis
e de sobremesa vem as lágrimas

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Balanço



O amor gosta, goza, idolatra.
Beija, tira o sono, pacifica, revigora.
O amor escolheu mesmo depois de anos uma música que embale e fale da perfeição de amar.
O amor tentou tolerar,
esperar o vento mudar de direção
e que o sopro da fada qualquer mudasse o pensamento,
 que as atitudes mudassem.
O amor cansou, esqueceu e num desesperado vai-e-vem quis cortar seu próprio pescoço,
quis arrancar suas raízes, quis tomar um pó de pir-lim-pim-pim
O amor é cego, não conseguiu esquecer que a vida é tão romântica assim
Seria erótico?
Seria fraterno?
Não. É romântico.
O amor acordou cedo, perseverou, observou os detalhes, tramou as homenagens, preparou os coquitéis
O amor tão romântico se viu sem praquê
Se viu sem casa, se viu sem amor, se viu sem amada
O amor viu seu romantismo nos braços da volupia orgânica que o romântismo precisa saciar
O amor beijou, esquentou, ignorou pois é romântico.
O amor perdeu os cabelos, as unhas e a razão que nunca teve.
Romântico ainda agora descansa e ressona baixinho para não mais encontrar a volúpia, prioriza no seu bloco de metas a paz e a calma.