segunda-feira, 5 de setembro de 2011

me perdi.

o pulso ainda pulsa
corre sangue nas veias
o coração mudo que grita calado
ainda caem pingos na pedra seca
hoje penso que não existo
realemnte devo existir somente para mim
não mais para ninguém
tudo organizado e armado para a batalha
não sei se sozinha ou se com alguém
o campo parece estar vazio e eu sempre inventando possíveis embates
pode ser coisa da minha cabeça
cabeça de quem não existe mais para ninguém

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Meus cabelos brancos

Gosto muito dos meus cabelos brancos
desarrumados oleosos
minhas rugas precoces, minhas marcas de momentos vividos
Lágrimas e sorrisos
Dos primeiros anos na escola
das dores que artrite
dos medos dos cachorros
do medo do escuro
do medo de água
dos medos colocados em mim por minha mãe na infância
 que me privaram de muitos desastres
gosto de cada dor nas costas, de cada desconfiança, de cada premonição, de um pouco da sabedoria
e do curvar das costas que me veio juntos com os cabelos brancos
gostos das lembranças, dos cadernos antigos, dos textos escritos quando criança, das frases escritas quando velha
das lembranças dos amigos agora distantes e da curiosidade inocente dos sobrinhos
gosto muito dos meus cabelo brancos, desarrumados, oleosos, empoeirados
da minha 'rabugência' e gostos
gosto da minha velhice contida nos meus 22 anos.