quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Flauta intensa & sobre um casaco à espreita.




Tudo bem.
São 02:15 da manhã
E eu penso em você? Não.
Eu penso em mim.
Penso em todas essas reações e a minha forma de amar.
Talvez seja desequilíbrio de chacras.
Ouço trovoa a trovoar.
E me atenho ao sussurro intenso e desesperado da flauta afinada em um tom que me lembra você, que lembra o desespero, que me lembra afogamento, que me lembra, que lembra.
Triste fim do humano a lembrar. Necessidade do homem que vive a guardar...
Cheiro, voz, timbre do violão, sexo...encontro em tantos outros.
Para você eu poderia escrever todo um livro. Em silêncio.
Por favor não me ache estúpida, não me julgue fraca.
Preciso assumir: me preocupo com o que os outros pensam, por isso, se preferir: esqueça essa memória.
Talvez fosse isso que eu precisava: de uma lembrança boa, com alguém.
Olho para tantos os lados, fiz o certo. É meu compromisso.
Agora preciso partir, faz parte, é um caso de honra. Tudo bem novamente. Na verdade tudo mal..eu me visualizava andando de Maria fumaça com você. E agora?
É projetar, é rever, é imaginar, outra pessoa no seu lugar do meu lado, na face direita do banco da Maria fumaça que será tão fria em junho.
Tantos querem, tantos podem, mas o lugar é seu. E ao mesmo tempo não deveria ser.
Não desejo ser seu amigo, desejo Ser.
Ser Ar, que na minha cabeça não fica em lugar algum, não lembra, não para de seguir, só sente.
E ter a permissão dos dias para andar sobre tuas asas, passar entre cada fio da tua barba, entre cada fio da corda do teu violão e seguir, continuar seguindo eternamente, ilesa, sem olhar pra trás, sem redemoinhos, sem memória. 

E novamente a flauta que trovoa, afinada numa nota intensa que não sei qual é, me chama. Vem outros amores a frente, o caminho tem verde, tem clubes, tem esquinas, tem chops, tem homens negros, mulheres brancas, tem asfalto e pés no chão. E é uma obrigação segui-lo.

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